Talvez você já tenha ouvido falar da relação entre a betaína e o fígado, e é verdade que essa substância tem um papel relevante na proteção e no funcionamento adequado desse órgão vital. No entanto, sua influência vai muito além disso, e envolve benefícios para o metabolismo e o equilíbrio corporal.
A betaína é um aminoácido não-essencial que deriva da colina, uma vitamina do complexo B, e desempenha diversas funções cruciais para a saúde 1,2.
Quer entender melhor para que serve a betaína, como atua no organismo e quais reações pode provocar? Acompanhe este artigo até o fim e descubra mais!
Aproveite para conferir hábitos interessantes para melhorar sua saúde hepática e como é possível suplementar este composto.
Resumo:
- A betaína se forma a partir da colina, que integra as vitaminas do complexo B.1,2.
- A substância age na desintoxicação do fígado e evita o acúmulo de gordura nas células, além de ser essencial para o processo de reprodução celular. 1,3
- Alimentos como beterraba e gérmen de trigo estimulam a produção de betaína, mas os médicos podem indicar a suplementação para pacientes com esteatose hepática em estágios iniciais. 3
O que é e para que serve a betaína?
A betaína é um aminoácido formado a partir da oxidação de outra substância, a colina, no fígado e nos rins. A colina, por sua vez, integra as vitaminas do complexo B e desempenha diversas funções metabólicas, além de ser necessária para a manutenção da saúde hepática. 1,2
A betaína atua na desintoxicação do fígado, na redução do risco de doenças cardiovasculares por meio do controle da homocisteína no sangue e, ainda, como facilitadora do processo de metilação. 2
A metilação ocorre em todos os setores do nosso corpo que se relacionam com o metabolismo e reações energéticas. Trata-se da reprodução celular e, para que essa reação ocorra, é necessário ter doadores de metil, como a betaína. 2,6.
Portanto, este aminoácido permite que a transcrição de informações entre uma célula e outra ocorra de forma adequada, o que garante a preservação do DNA e evita mutações. Sua missão como doadora de metil impacta todo o corpo. 6
É possível estimular a produção de betaína por meio de uma dieta rica em frutos do mar, espinafre, beterraba e gérmen de trigo. 1
Nos próximos parágrafos, você vai explorar melhor a relação entre a betaína e o fígado.
Entenda o papel da colina e da betaína no fígado
O fígado é um órgão vital responsável por cerca de 5.000 funções, que incluem a digestão de nutrientes, o metabolismo de gorduras e a desintoxicação do corpo. Nesse cenário, o papel da colina e betaína no fígado é crucial. Ambas ajudam a prevenir o acúmulo de gordura e auxiliam na remoção de restos metabólicos e toxinas prejudiciais. 4,6
A colina é essencial para a produção de lipoproteínas, moléculas responsáveis por transportar gorduras no corpo. Essas lipoproteínas impedem a concentração excessiva de gordura no fígado e garantem o transporte adequado dos lipídios para outros tecidos. 2.
Já a betaína, derivada da colina, potencializa a metabolização das gorduras e previne a infiltração lipídica nas células hepáticas. 3
A combinação de colina e betaína tem eficácia comprovada na proteção do fígado contra inflamação, fibrose e doenças como a esteatose hepática. Além disso, contribuem para processos de metilação, essenciais para manter o equilíbrio metabólico. 6
Vale a pena suplementar a betaína?
A betaína é um aminoácido bom para o fígado, que age na desintoxicação do órgão e impede o depósito de gordura nas células hepáticas. 1,3
Portanto, pode ser útil no tratamento de pacientes com esteatose hepática em estágios iniciais. A esteatose hepática é uma condição que se caracteriza pela presença excessiva de células de gordura no tecido que reveste o fígado. É possível reverter os sintomas com mudanças no estilo de vida. 3
Aliar novos hábitos alimentares à suplementação de betaína para o fígado é uma estratégia interessante para restabelecer a saúde hepática.
Vale considerar ainda que a betaína é um poderoso antioxidante natural. Como doadora de metil, exerce proteção contra o envelhecimento celular e regula o metabolismo. Logo, os médicos podem indicar o tratamento com o suplemento em outras circunstâncias. 3,5.
Em geral, a prescrição é entre 150mg e 300mg por dia, durante ou logo após as 3 principais refeições: café da manhã, almoço e jantar.
Embora os benefícios da betaína para o fígado sejam nítidos, sua suplementação deve ser realizada com cautela e apenas sob orientação médica. Entenda melhor a seguir.
Quais os efeitos colaterais do uso de betaína?
Entre os efeitos colaterais mais comuns estão distúrbios gastrintestinais leves, como náuseas, diarreia e desconforto abdominal. Algumas pessoas também relatam mau hálito, especialmente em doses mais altas, devido à liberação de compostos voláteis no metabolismo. Retenção de líquidos é outro efeito que pode surgir em casos específicos. 5.
Reações alérgicas, como urticária, coceira ou inchaço, embora raras, também podem ocorrer. Também é essencial informar ao médico sobre qualquer tratamento em andamento para evitar interações medicamentosas adversas.
A suplementação não é recomendada para grávidas, lactantes, pessoas com doenças hepáticas graves ou úlceras gástricas, devido ao risco de agravamento dessas condições. 1,5.
Para minimizar incômodos, mantenha uma boa hidratação, siga rigorosamente as doses prescritas e procure orientação médica diante de sinais de desconforto. Dessa forma, é possível aproveitar os benefícios da betaína com segurança.
Epocler flaconete: fonte de colina e betaína para o fígado
Além de optar por alimentos que estimulem a produção de betaína, você pode recorrer ao Epocler Flaconete quando precisar de um bom aliado para a saúde do seu fígado.
O medicamento é composto por colina, betaína e, ainda, racemetionina. Seus compostos tratam desconfortos como enjoo, má-digestão e mal-estar, frequentes após um episódio de excessos gastronômicos. 7
A associação dessas três substâncias potencializa os efeitos sobre o fígado e causa melhora do quadro do paciente. O efeito de Epocler Flaconete aparece cerca de uma hora após a ingestão. 7
O medicamento é contraindicado para menores de 12 anos. Além disso, a dose máxima diária recomendada é de 3 flaconetes por dia, que equivale a 3000 mg/dia de colina, 1500 mg/dia de betaína e 300 mg/dia de racemetionina. Cada flaconete tem capacidade de 10mL. 7
Adultos podem tomar um flaconete, até três vezes por dia, antes das refeições ou conforme orientação médica. Não se deve tomar Epocler Flaconete em jejum por conta do desconforto gástrico que ele pode causar.
Agora que você já entende a importância da betaína para o fígado e de que forma pode garantir os benefícios desse aminoácido no seu organismo, continue cuidando da sua saúde. Uma vida ativa, com atividades físicas regulares e alimentação rica em nutrientes é o caminho mais certeiro para afastar riscos de doenças hepáticas.
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2. Zeisel SH, da Costa KA. Choline: an essential nutrient for public health. Nutrition Reviews. 2024 Dec 9;67(11):615–23.
3. Abdelmalek MF, Angulo P, Jorgensen RA, Sylvestre PB, Lindor KD. Betaine, a promising new agent for patients with nonalcoholic steatohepatitis: results of a pilot study. The American Journal of Gastroenterology. 2001 Sep 1;96(9):2711–7.
5. Freitas HR, Barbosa M, Ramos T da S. O papel da suplementação de betaína na atividade física: uma revisão sistemática. Nutrire. 2024 Dec 9;40(2):246–60.
6. Oliveira NFP de, Planello AC, Andia DC, Pardo AP de S. Metilação de DNA e Câncer. Revista Brasileira de Cancerologia. 2010 Dec 31;56(4):493–9.
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