
Um estudo das universidades federais de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul e da Universidade de São Paulo constatou que um terço dos adultos maiores de 35 anos têm o fígado gorduroso1. A doença alerta sobre a importância da saúde hepática. Dessa forma, conhecer os sintomas de gordura no fígado é essencial para o diagnóstico e tratamento.
A doença, também conhecida como esteatose hepática, aumenta em 30% as chances de desenvolver outros problemas de saúde, como diabetes tipo 2, um fator de risco crescente na população brasileira, ainda conforme os dados do estudo1.
Essas estatísticas reforçam a necessidade de manter os exames de rotina em dia e observar alterações físicas e orgânicas persistentes.
O diagnóstico de fígado gorduroso não é simples. Frequentemente, as pessoas descobrem a doença durante a realização de exames para investigar outro problema2.
No entanto, é possível reverter o acúmulo de gordura no fígado. Continue a leitura e conheça os sintomas, os graus da esteatose hepática, exames, causas e como tratar a doença.
Resumo:
- Os sintomas de gordura no fígado são: dor no abdômen, aumento do fígado (às vezes, perceptível no exame físico), cansaço e fraqueza3.
- A principal característica da esteatose hepática é o acúmulo anormal de gordura no interior das células do fígado5.
- Existem três graus de gordura no fígado que variam conforme o quadro de cada paciente. Quanto maior o acúmulo, mais danos hepáticos4.
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Boa leitura!
Quais são os sintomas de gordura no fígado?
A gordura no fígado é uma doença silenciosa. Ou seja, no começo, a pessoa não apresenta sintomas, o que dificulta o diagnóstico precoce. Porém, alguns sinais inespecíficos podem aparecer, como dor no abdômen, aumento do fígado (às vezes, perceptível no exame físico), cansaço e fraqueza3.
Os sinais ficam evidentes em médio e longo prazo, quando o grau de acúmulo de gordura aumenta e o quadro evolui para esteatoepatite ou cirrose3. Nesses estágios, os sinais são:
- amarelamento da pele e do branco dos olhos (icterícia)3;
- coceira3;
- falta de apetite3;
- inchaço abdominal (ascite) e nas pernas, pés ou mãos (edema)3;
- náuseas3;
- redução do peso corporal, sem motivo aparente3;
- sangramento3;
- vermelhidão nas palmas das mãos3.
Como os sintomas específicos dos distúrbios hepáticos demoram a aparecer, é comum que a investigação se inicie a partir de alterações nos exames de rotina, como o exame de sangue, que pode revelar mudanças nos níveis das enzimas2.
Outro procedimento que indica o acúmulo de gordura no fígado é a ultrassonografia, frequentemente solicitada para investigar outras condições, mas que pode revelar alterações no órgão2.
Dessa forma, o médico pode solicitar exames específicos, como a biópsia do fígado, para confirmar a doença e até a existência de inflamação2.
O que é esteatose hepática?
A esteatose hepática, também conhecida como gordura no fígado, é uma condição definida pelo acúmulo anormal de triglicerídeos nos hepatócitos, geralmente resultante de disfunções metabólicas que levam ao excesso de peso e à resistência à insulina5.
A denominação oficial é doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica (DHEADM). Quando a causa é o consumo frequente e contínuo de álcool, o nome é esteatose hepática alcoólica5.
O fígado armazena gordura, mas uma concentração igual ou superior a 5% do peso hepático indica um quadro de esteatose grau 12.
Alguns dos principais riscos são as doenças associadas à DHEADM, como os distúrbios cardiovasculares. Como os sintomas de gordura no fígado são evidentes apenas em graus mais avançados, a evolução silenciosa é perigosa2.
À medida que a doença avança, surge a inflamação (esteatose + hepatite), o acúmulo de tecido cicatricial (fibrose), a distorção das células do fígado (cirrose) e câncer hepático2.
Os 3 graus de gordura no fígado
Existem três graus de gordura no fígado que indicam a extensão do acúmulo de lipídeos. Assim, quanto maior o grau, maior o comprometimento do órgão.
Conforme o estágio, os sintomas de gordura no fígado se acentuam e chamam a atenção para uma possível alteração hepática. Conheça a seguir as características de cada grau da esteatose hepática.
Grau 1 de gordura no fígado
O nível 1 é o grau mais leve e menos grave do acúmulo de gordura no fígado. Por ser a fase inicial da doença, não causa danos ao funcionamento do órgão4.
Muitas pessoas apresentam o grau 1, mas não suspeitam da doença devido à ausência de sintomas relacionados à gordura no fígado. O diagnóstico acontece após alterações nos exames ou durante a realização de um procedimento de imagem na região abdominal4.
Quem tem a sorte de confirmar a doença no estágio mais leve, pode reverter o quadro e evitar a evolução para fases mais graves, que causam mais danos à saúde hepática4.
Como o acúmulo é pequeno, a maioria dos pacientes é assintomática ou tem reações inespecíficas, como cansaço ou dor no lado superior direito do abdômen4.
A mudança no estilo de vida é o principal foco do tratamento. Se o paciente perder de 3% a 5% do peso corporal, a quantidade de gordura voltará para os níveis normais4.
Grau 2 de gordura no fígado
No grau 2 de gordura no fígado, o acúmulo é moderado. Com a carga gordurosa mais alta, surgem efeitos, como balonização dos hepatócitos e inflamação intralobular e portal, de leve a moderada4.
Os hepatócitos, principais células do fígado, crescem e incham (balonização) devido ao acúmulo de gordura. Com isso, perdem o formato original e podem até se romper4.
Para fins de análise, o fígado é dividido em lobos, que são partes funcionais compostas por tipos de células específicas. No grau 2 da esteatose hepática, é possível observar a presença de inflamação nessas estruturas4.
A veia porta é essencial para as funções do fígado, pois transporta o sangue proveniente do sistema gastrointestinal e de outros órgãos. No estágio moderado da doença, a inflamação da veia varia de leve a média4.
Embora existam danos internos no grau 2, os sintomas de gordura no fígado podem não ser evidentes. Quando aparecem, os principais sinais são:
- desconforto4;
- dor abdominal no lado direito4;
- fadiga4;
- inchaço4;
- problemas para dormir4;
- sede4.
A presença de inflamação indica uma evolução da doença, chamada esteatoepatite. Nessa fase, o tratamento ainda é eficaz, mas é necessário perder entre 7% e 10% do peso para eliminar a gordura e conter a inflamação4.
Sem cuidados, a gordura no fígado grau 2 aumenta os riscos de cirrose, doenças cardiovasculares e hepatocarcinoma4.
Grau 3 de gordura no fígado
Quando o grau de gordura atinge o nível 3, com acúmulo superior a 66%, o quadro se torna grave. Além do aumento das células gordurosas, a inflamação também se intensifica4.
Nesse estágio, os sintomas de gordura no fígado ainda podem ser inespecíficos, como cansaço, dor e desconforto abdominal4.
Nos casos graves da doença podem ocorrer o desenvolvimento de cirrose (quando a fibrose compromete o funcionamento do fígado) e até de câncer, o que exige um transplante, pois a recuperação não é possível4. Nesses casos, há sinais evidentes, como:
- coceira4;
- confusão mental4;
- fraqueza4;
- inchaço nas pernas devido ao acúmulo de fluidos4;
- náusea4;
- olhos e pele amarelados4;
- perda de apetite e de peso4;
- vasos sanguíneos parecidos com aranhas4.
A chance de reversão da doença depende da extensão dos danos causados ao fígado. Quando é possível recuperar a saúde hepática, o protocolo inclui medicamentos, mudanças na alimentação e no estilo de vida4.
Nos casos irreversíveis, as únicas opções são controlar os sintomas e evitar novos danos4.
O que causa gordura no fígado?
A causa da gordura no fígado não se limita ao consumo excessivo de alimentos gordurosos como muitos pensam. Diversos fatores, como problemas cardíacos, metabólicos e o consumo excessivo de álcool, predispõem o organismo à doença6.
Porém, algumas condições orgânicas aumentam as chances de uma pessoa desenvolver a esteatose hepática6. Os fatores primários incluem as seguintes doenças crônicas:
- dislipidemia (aumento dos níveis colesterol e/ou triglicérides no sangue)6;
- diabetes tipo 26;
- hipertensão arterial6;
- obesidade (IMC igual ou maior que 30)6;
- sobrepeso (IMC entre 25 e 29,9)6.
O estudo conjunto das unidades federais de Minas Gerais e Rio Grande do Sul e da Universidade de São Paulo destaca que uma pessoa com gordura no fígado tem mais chances de desenvolver diabetes, por exemplo1.
Essa possibilidade é maior em mulheres (38%) e em pessoas com acúmulo de gordura na região central e circunferência abdominal elevada (29%)1.
Outras condições orgânicas secundárias que podem favorecer o desenvolvimento da esteatose hepática são:
- consumo de esteroides anabolizantes6;
- manipulação de produtos químicos tóxicos6;
- realização de cirurgias abdominais6;
- uso de remédios (ex: corticosteroides e tamoxifeno)6.
Por fim, existem doenças associadas à gordura no fígado, como hepatite C crônica, síndrome dos ovários policísticos (SOP), hipotiroidismo e apneia do sono, que exigem maior atenção à saúde do órgão6.
Qual exame detecta gordura no fígado?
Após o surgimento dos sintomas de gordura no fígado ou quando um exame de imagem ou laboratorial indica uma anormalidade, o médico pode solicitar uma ultrassonografia, um hepatograma ou a biópsia de uma amostra do órgão para avaliar as condições hepáticas.
Entenda a função de cada exame e sua importância no diagnóstico da esteatose hepática.
Ultrassom transabdominal
O ultrassom transabdominal é um exame de imagem não invasivo que, por meio de ondas sonoras, gera imagens dos órgãos e estruturas do abdômen7.
Assim, é possível observar as condições do fígado e verificar alterações, como acúmulo de gordura, aumento de tamanho e presença de fibrose7.
Além de ser um exame que detecta a presença de gordura, o ultrassom serve para avaliar outros órgãos e doenças. Devido à sua variedade de funções, o exame pode identificar alterações hepáticas inesperadas, mesmo quando não há suspeita7.
O método é seguro e rápido. Dessa forma, o paciente realiza o exame sem nenhum desconforto7.
Hepatograma
A presença de gordura no fígado altera os níveis de várias substâncias, o que é possível verificar via exame de sangue8. Nesse caso, o tipo realizado é o hepatograma, que indica os níveis dos seguintes componentes hepáticos:
- fosfatase alcalina (FAL)8;
- desidrogenase láctica (LDH)8;
- bilirrubina8;
- aspartato aminotransferase (AST)8;
- albumina8;
- alanina aminotransferase (ALT)8.
Quando há inflamação, os níveis das enzimas ALT e AST aumentam. Conforme a variação, o nível pode indicar a presença de gordura ou até mesmo a existência de lesões hepáticas8.
Já a albumina, uma proteína, e a bilirrubina, substância derivada da degradação dos glóbulos vermelhos, indicam se as funções do fígado estão normais. Níveis elevados no sangue podem apontar problemas8.
Nesse caso, o médico pode solicitar um exame adicional para confirmar o diagnóstico, já que o desequilíbrio nos níveis dessas substâncias pode estar relacionado a doenças no baço, rins ou vesícula8.
O complemento do hepatograma pode ser o ultrassom ou a biópsia8.
Biópsia do fígado
A biópsia do fígado é a terceira opção de exame que detecta o acúmulo de gordura. Com o auxílio de uma agulha oca, o médico colhe uma amostra de tecido hepático para avaliar em laboratório9.
Assim, é possível analisar as características dos hepatócitos e outras células, a presença de gordura, fibrose, inflamação e tumores benignos ou malignos9.
O histórico de saúde e a avaliação física do paciente são fundamentais para guiar o médico durante a consulta. Entre os fatores avaliados estão: outras doenças já diagnosticadas, consumo de álcool, estilo de vida, IMC e fígado aumentado4.
O tipo e a quantidade de exames para detectar gordura no fígado pode variar conforme o caso e se houver dúvidas sobre o diagnóstico9.
Como eliminar gordura no fígado?
Para eliminar a gordura no fígado, a principal recomendação é mudar o estilo de vida, com foco especialmente na alimentação, atividade física e perda de peso. O uso de medicamentos depende do quadro, pois ainda não existe um protocolo exclusivo para a doença10.
A abordagem multidisciplinar é mais eficaz para alcançar resultados positivos e reduzir a quantidade de gordura10.
Confira dicas de novos hábitos que ajudam a eliminar a gordura no fígado.
1. Reduzir o peso corporal
A abordagem mais estratégica para eliminar gordura é a perda de peso. Quando o acúmulo acontece na região central da barriga, o sobrepeso e a obesidade são os maiores riscos10.
A concentração nessa área aumenta as chances não só de ter o fígado gorduroso, mas também de desenvolver inflamação10.
Como a consistência nos hábitos é essencial, a perda de peso deve ser gradual e contínua. Ou seja, evite dietas restritivas, pois o risco do efeito sanfona aumenta10.
Pessoas com sobrepeso e obesidade, além do apoio de um nutricionista, podem contar com a orientação de um psicólogo para tratar aspectos relacionados à alimentação, como a compulsão10.
2. Melhorar a qualidade da dieta
A perda de peso tem relação direta com o tipo de dieta. Então, para eliminar gordura no fígado, é fundamental seguir um cardápio saudável e rico em alimentos in natura ou minimamente processados10.
Consuma mais frutas, vegetais, grãos integrais, gorduras saudáveis e proteínas magras; reduza os alimentos ultraprocessados, gordurosos e fritos, que sobrecarregam o fígado10.
Mudar hábitos alimentares é desafiador, mas fundamental para eliminar gordura do fígado. A melhor abordagem é a que permite comer com prazer e qualidade, sem fissuras com a quantidade de calorias10.
3. Pratique uma atividade física regularmente
A combinação de alimentação saudável e exercício físico é o segredo para a perda de peso, o que levará à eliminação da gordura no fígado10.
O aspecto mais importante é a regularidade, que ajuda a aumentar o gasto de energia e a melhorar a capacidade cardiorrespiratória10.
A evolução no desempenho físico e na prática da atividade física são incentivos importantes para manter a rotina de exercícios diariamente10.
Trinta minutos por dia, três ou mais vezes por semana, são suficientes para começar. Se gostar da modalidade ou quiser incluir outras, pode aumentar a frequência10.
4. Mantenha outras doenças sob controle
Algumas das causas da gordura no fígado são doenças conhecidas, como diabetes, obesidade, sobrepeso, colesterol alto e hipertensão arterial. Essas condições são fatores primários, portanto, siga à risca o protocolo de tratamento10.
Além de melhorar o estilo de vida, o uso correto de medicamentos para equilibrar os níveis de insulina no sangue ou a pressão arterial é essencial para manter a saúde sob controle10.
Dessa forma, os cuidados evitam complicações hepáticas graves, além de ajudar a eliminar gordura10.
5. Fique atento aos níveis de açúcar no sangue
A resistência do organismo à insulina e, consequentemente, os altos níveis de açúcar no sangue predispõem à esteatose hepática10.
Portanto, pessoas com diabetes ou pré-diabetes precisam de um ajuste especial na dieta para evitar alimentos que elevam a glicemia após as refeições10.
Se necessários, os medicamentos devem ser administrados conforme a prescrição médica para evitar picos que podem desencadear sintomas graves, como hiperglicemia, desidratação e dificuldade para enxergar10.
Os alimentos mais indicados para o controle da glicemia são:
- tomate11;
- soja11;
- peixe11;
- pão integral11;
- morango11;
- maçã com casca11;
- lentilha11;
- laranja com bagaço11;
- kiwi11;
- iogurte natural11;
- grão-de-bico11;
- frango11.
- feijão11;
- cortes bovinos magros11;
- castanhas11;
- aveia11.
Leia também: Top 6 alimentos bons para o fígado + importância da dieta
Existe remédio para desintoxicar o fígado?
O fígado é responsável por sua própria desintoxicação, uma das suas funções, além de ser capaz de se regenerar12. Dessa forma, manter o organismo saudável é a melhor maneira de garantir seu funcionamento normal e eficaz.
Por outro lado, existem medicamentos hepatoprotetores que ajudam a proteger o fígado contra danos causados por agentes externos e resíduos produzidos pelo próprio órgão13.
Porém, o uso de medicamentos deve sempre ser orientado por um médico ou profissional de saúde para garantir a segurança.
Medicamento para gordura no fígado
O uso de medicamentos para auxiliar no tratamento da gordura no fígado depende dos fatores de risco e das características do paciente14.
Por exemplo, pessoas obesas utilizam medicamentos que auxiliam não apenas na recuperação hepática, mas também em outros aspectos relacionados à doença14.
No entanto, ainda não existe um protocolo medicamentoso exclusivo e eficaz para a esteatose hepática. Quando necessário, o tratamento foca no combate à resistência à insulina, no controle das citocinas inflamatórias e do estresse oxidativo14.
Portanto, não existe um protocolo padrão para o tratamento medicamentoso da gordura no fígado. O médico sempre considera os sintomas apresentados e a presença de fatores de risco para elaborar a prescrição adequada14.
Esse cuidado permite monitorar os efeitos colaterais e evitar interações medicamentosas perigosas, o que garante o restabelecimento da saúde hepática14.
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Os flaconetes de Epocler podem complementar o tratamento de distúrbios metabólicos hepáticos, pois auxiliam na desintoxicação do fígado e melhoram o funcionamento do órgão15.
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15. Bula de Epocler.